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Questões de português

Origem: Unesp

(Unesp1992) "Quem com ferro fere, com ferro será ferido."
(Provérbio)

"Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal."
(Art. 3¡. da Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada em 10.12.48 pela Assembléia Geral das Nações Unidas)

PROPOSTA

Para muitos, a idéia em si é abominável. Porém uns muito, uns mais ou menos e outros nem tanto enxergam na instituição jurídica da pena de morte um dos caminhos para o combate à violência que se exacerba a cada dia em nosso país. O tema tem estado em debate na imprensa e participa de discussões tanto no bar da esquina quanto no Congresso Nacional. Você, claro, já pensou nisto. Então, faça uma redação dissertativa sobre "A Pena de Morte no Brasil".
Demos-lhe, em epígrafe, duas indicações. Se você quiser e achar conveniente, utilize-as como estímulo a suas reflexões.

resposta:Dissertação



(Unesp1994) Nesta redondilha de Camões e na estrofe do poema "Nós", do realista português Cesário Verde, os poetas exploram um tema literário bastante comum, presente em obras de poetas de todos os tempos. Trata-se de "o desconcerto do mundo", quer dizer, a verificação de que os fatos do mundo acontecem às avessas, em desajuste com as exigências íntimas da vida pessoal. Com base neste comentário, releia os textos e, a seguir, explique que tipo de "desconcerto" é apontado:
a) por Camões, em seu poema;
b) por Cesário Verde, em sua estrofe.

resposta:a) A justiça diferenciada em relação aos atos próprios e alheios.

b) As doenças penalizam os bons e não os maus.



(Unesp1994) Nos primeiros versos de "Esparsa", Camões demonstra sua consciência sobre o "desconcerto do mundo". Em decorrência disto, confessa uma mudança de atitude. Releia o poema e, em seguida:
a) explique como se dá essa mudança de atitude;
b) comente o resultado de sua tentativa.

resposta:a) Passa a ser mau para alcançar o bem.

b) Ele se dá mal e é castigado.



(Unesp1994) Vocábulos como Bom e Bem, Mau e Mal, em virtude da variedade de seu uso em nossa língua, não podem ser classificados senão após se examinar o contexto de cada frase. Isto se verifica nos poemas em pauta. Com base nestas observações:
a) aponte a classe e a função sintática de Bem, no sétimo verso de Camões;
b) aponte a classe e a função sintática de Mau, no oitavo verso de Camões.

resposta:a) Substantivo e objeto direto.

b) Adjetivo e predicativo do sujeito.



(Unesp1994) Auto da Compadecida.

CHICÓ: - Mas padre, não vejo nada de mal em se benzer o bicho.

JOÃO GRILO: - No dia em que chegou o motor novo do major Antônio Morais o senhor não benzeu?

PADRE: - Motor é diferente, é uma coisa que todo mundo benze. Cachorro é que eu nunca ouvi falar.

CHICÓ: - Eu acho cachorro uma coisa muito melhor do que motor.

PADRE: - É, mas quem vai ficar engraçado sou eu, benzendo o cachorro. Benzer motor é fácil, todo mundo faz isso, mas benzer cachorro?

JOÃO GRILO: - É, Chicó, o padre tem razão. Quem vai ficar engraçado é ele e uma coisa é benzer motor do major Antônio Morais e outra benzer o cachorro do major Antônio Morais.

PADRE: - (mão em concha no ouvido) Como?

JOÃO GRILO: - Eu disse que uma coisa era o motor e outra o cachorro do major Antônio Morais.

PADRE: - E o dono do cachorro de quem vocês estão falando é Antônio Morais?

JOÃO GRILO: - É. Eu não queria vir, com medo de que o senhor se zangasse, mas o major é rico e poderoso e eu trabalho na mina dele. Com medo de perder meu emprego, fui forçado a obedecer, mas disse o Chicó: o padre vai se zangar.

PADRE: - (desfazendo-se em sorrisos) Zangar nada, João! Quem é um ministro de Deus para ter direitos de se zangar? Falei por falar, mas também vocês não tinham dito de quem era o cachorro!

JOÃO GRILO: - (cortante) Quer dizer que benze, não é?

PADRE: - (a Chicó) Você o que é que acha?

CHICÓ: - Eu não acho nada de mais.

PADRE: - Nem eu. Não vejo mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus.

(in Suassuna, Ariano - TEATRO MODERNO - AUTO DA COMPADECIDA. 8 ed., Rio: Agir-Instituto Nacional do Livro, 1971, pp. 32-34.)

A espontaneidade dos diálogos, a força poética de seu texto e a capacidade de exprimir o espírito popular de nossa gente fazem com que o escritor Ariano Suassuna (1927) seja reconhecido como um dos principais autores brasileiros contemporâneos. Diz o crítico Sábato Magaldi que a religiosidade de Ariano "pode espantar aos cultores de um catolicismo acomodatício, mas responde às exigências daqueles que se conduzem por uma fé verdadeira".

Com base nesta observação, responda:
a) por que, segundo aquele padre, é fácil benzer um motor?
b) em que sentido o fragmento apresentado encerra uma crítica ácida ao modo como o padre comanda a sua paróquia?

resposta:a) Porque, segundo o padre, todo mundo faz isso (e o motor é do major)

b) Os assuntos eclesiásticos ficam subordinados ao poder político e social do major.



(Unesp1994) Comparando o texto do jornalista e poeta seresteiro Orestes Barbosa (musicado por Sílvio Caldas) com o fragmento do poema de Castro Alves, verificamos que ambos, embora focalizem ambientes sociais diferentes, tratam basicamente do mesmo tema. Releia os textos em questão e, a seguir, indique:
a) o tema comum a ambos os poemas;
b) um verso ou seqüência de versos de cada poema que façam referência ao tema.

resposta:a) A ausência da mulher amada.
b) "... sinto saudade/ Da mulher-pomba-rola que voou". "Tudo vem me lembrar que tu fugiste".



(Unesp1994) Orestes Barbosa, Castro Alves e Tomás Antônio Gonzaga adotam em seus textos o princípio da isometria, segundo o qual todos os versos do poema devem apresentar o mesmo número de sílabas métricas. Levando este fato em consideração, indique o número de sílabas métricas que apresentam os versos de cada um dos três poemas.

resposta:"Cuot;Chão de estrelas" e "Horas de saudade": 10 sílabas.
"Vou retratar a Marília": 7 sílabas.



(Unesp1994) A comparação da mulher amada com imagens celestes é tradicional na literatura. A mulher, no romantismo de Castro Alves, é comparada com uma estrela, ("és como a estrela, que transpondo as sombras, / deixa um rastro de luz no azul do espaço"); na idealização arcádica de Tomás Antônio Gonzaga, o poeta afirma que, para descrever a beleza de Marília, são necessárias "as tintas do céu" e nem as auroras nem as estrelas são capazes de imitar ou retratar os olhos dela. Tomando por base este comentário:
a) explique o caráter inovador de Orestes Barbosa em seu poema;
b) comprove sua explicação com exemplos tomados de "Chão de Estrelas".

resposta:a) Ao invés da elevação aos céus, o poeta faz as estrelas baixarem.
b) "Mas a lua (...) / Salpicava de estrelas nosso chão".



(Unesp1994) Já vimos que os poemas de Orestes Barbosa e de Castro Alves apresentam algumas semelhanças genéricas em níveis temático e métrico. Lendo atentamente ambos os textos, poderemos perceber a ocorrência de outras semelhanças mais específicas. Compare a segunda estrofe de "Chão de Estrelas" com a terceira estrofe do poema de Castro Alves e, a seguir, aponte:
a) uma semelhança na caracterização dos ambientes;
b) uma semelhança na caracterização de amadas.

resposta:a) Em ambos os poemas há o ambiente alegre de aves vicejantes.
b) As amadas aparecem na metáfora das aves.



(Unesp1994) No trecho apresentado, o narrador descreve as reações de Jorge, que vive num conflito íntimo entre a piedade e o ódio: tem de cuidar da esposa Luísa, muito doente, embora tenha sabido, pela leitura de uma carta, que ela o traíra com Basílio. Nestas poucas linhas se podem perceber várias características da ficção realista. Aponte duas dessas características.

resposta:Aponte como manifestação carnal, personagens comparado a animal.



(Unesp1994) Embora faça referência a três personagens, o narrador menciona nominalmente apenas Jorge e Luísa. Releia o texto e, a seguir:
a) aponte duas palavras por meio das quais, de modo explícito ou velado, o narrador se refere ao personagem Basílio;
b) explique o que representa, do ponto de vista de Jorge, a omissão do nome de Basílio.

resposta:a) "beijos ALHEIOS", "O que LHE dizia?"
b) A tentativa de atenuar a situação ignominia em que se encontrava.



(Unesp1994) O Mandachuva.

Como dizia, porém, na Bruzundanga, em geral, o mandachuva é escolhido entre os advogados, mas não julguem que ele venha dos mais notáveis, dos mais ilustrados, não: ele surge e é indicado dentre os mais néscios e os mais medíocres. Quase sempre, é um leguleio da roça que, logo após a formatura, isto é, desde os primeiros anos de sua mocidade até aos quarenta, quando o fizeram deputado provincial, não teve outro ambiente que a sua cidadezinha de cinco a dez mil habitantes, mais outra leitura que a dos jornais e livros comuns da profissão - indicadores, manuais, etc.; e outra convivência que não a do boticário, do médico local, do professor público e de algum fazendeiro menos dorminhoco, com os quais jogava o solo, ou mesmo o "truque" nos fundos da botica.
É esse homem que assim viveu a parte melhor da vida, é esse homem que só viu a vida de sua pátria na pacatez de quase uma aldeia; é este homem que não conheceu senão a sua camada e que seu estulto orgulho de doutor da roça levou a ter sempre um desdém bonachão pelos inferiores; é este homem que empregou vinte anos, ou pouco menos, a conversar com o boticário sobre as intrigas de seu lugarejo; é este homem cuja cultura artística se cifrou em dar corda no gramofone familiar; é este homem cuja única habilidade se resume em contar anedotas; é um homem destes, meus senhores, que depois de ser deputado provincial, geral, senador, presidente de província, vai ser o mandachuva da Bruzundanga. (...)
Durante esse longo tempo em que ele passa como deputado senador, isto e aquilo, o esperançoso mandachuva é absorvido pelas intrigas políticas, pelo esforço de ajeitar os correligionários, pelo trabalho de amaciar os influentes e os preponderantes, na política geral e regional. A sua atividade espiritual limita-se a isto.
Os preponderantes e os influentes têm todo o interesse em não fazer subir os inteligentes, os ilustrados, os que entendem de qualquer cousa; e tratam logo de colocar em destaque um medíocre razoável que tenha mais ambição de subsídios do que mesmo a vaidade do poder.
Além disso, eles têm que entender aos capatazes políticos das localidades das províncias; e, em geral, estes últimos indicam, para os primeiros postos políticos, os seus filhos, os seus sobrinhos e de preferência a estes: os seus genros.
A ternura de pai quer sempre dar essa satisfação à vaidade das filhas.

(in Lima Barreto. OS BRUZUNDANGAS. 2 ed.. São Paulo: Brasiliense, 1961, pp. 90/91.)

No texto que lhe apresentamos, publicado há 70 anos, o escritor Lima Barreto (1881-1922) traça o perfil do Presidente da República e satiriza as estruturas de poder que definem um país imaginário chamado Bruzundanga. Aqui no Brasil, ano que vem, haverá eleições para Presidente (e vice), Governadores (e vices), Senadores e Deputados federais e estaduais. As estruturas de poder poderão se modificar ou permanecer como estão dependendo dos homens, mulheres e partidos que a população eleger. Pense nisto, e escreva uma redação de gênero Dissertativo sobre o seguinte tema:

"O Brasil de ontem, de hoje, e as eleições de amanhã."

resposta:Dissertação.



(Unesp1995) O paralelismo é um dos recursos estilísticos mais comuns na poesia lírico-amorosa trovadoresca. Consiste na ênfase de uma idéia central, às vezes repetindo expressões idênticas, palavra por palavra, em séries de estrofes paralelas. A partir destas observações, releia o texto de Estêvão Coelho e responda:
a) O poema se estrutura em quantas séries de estrofes paralelas? Identifique-as.
b) Que idéias centrais são enfatizadas em cada série paralelística?

resposta:a) Em duas séries: as duas primeiras estrofes (uma série) e as duas estrofes seguintes (outra série).

b) Na primeira são enfatizados os afazeres da mulher; na segunda, o seu sofrimento.



(Unesp1995) Considerando-se que o último verso da cantiga caracteriza um diálogo entre personagens; considerando-se que a palavra "abutre" grafava-se "avuytor", em português arcaico; e considerando-se que, de acordo com a tradição popular da época, era possível fazer previsões e descobrir o que está oculto, comendo carne de abutre, mediante estas três considerações:
a) Identifique o personagem que se expressa em discurso direto, no último verso do poema;
b) Interprete o significado do último verso, no contexto do poema.

resposta:a) A mulher.
b) Ela considerou o poeta uma espécie de vidente, pois descobriu o seu sofrimento amoroso.



(Unesp1995) Não são poucos os casos em que, no interior do próprio romance, os autores revelam preocupação quanto à recepção de seus textos. Há aqueles que explicitam esta preocupação como pretexto literário, irônico, como é o caso de Camilo Castelo Branco. No trecho em pauta, o narrador revela ter opinião definida sobre as reações do leitor frente a Calisto Elói, o protagonista de "A queda dum Anjo". Releia o fragmento que lhe apresentamos e, a seguir, responda:
a) De acordo com o narrador, o leitor é um ser ativo ou passivo na recepção de um romance? Cite um trecho que justifique sua resposta.
b) De acordo com o narrador, que imagem o leitor fizera de Calisto Elói, positiva ou negativa? Cite um trecho que justifique sua resposta.

resposta:a) Ativo: "... a imaginativa do leitor aperfeiçoa o que sai muito em sombra ..."
b) Negativa: "Estou a adivinhar que o enquadraram já em molde grotesco ..."



(Unesp1995) Embora seja bastante frutífera a consulta ao dicionário, em muitos casos não temos necessidade de buscar os significados de certas palavras ou expressões, pois é possível entendê-los no contexto. Com base nesta observação, releia o trecho de Camilo e, a seguir:
a) Escreva os significados de "bosquejo" e "alvedrio".
b) Cite a frase do segundo parágrafo em que o narrador admite que, por não ter dado o bosquejo de Calisto Elói, ofereceu ao leitor o ensejo de um entendimento errado do personagem.

resposta:a) Bosquejo: esboço
Alvedrio: vontade, arbítrio.

b) "Dei ato à falsa apreciação, por não antecipar o esboço do personagem."



(Unesp1995)
"Revista Manchete" (RJ) - 26/04/1969 (in "100 Anos de Propaganda". - São Paulo: Abril Cultural, 1980, p.147.)
Uma boa mensagem publicitária, como a apresentada, deve unir - com refinamento e até mesmo com certa malícia - palavras e imagens, fazendo com que o discurso exerça com máxima intensidade sua função de induzir o destinatário ao consumo do produto (no caso, o tecido tergal). Com base neste comentário:
a) Indique a relação que há entre os elementos lingüísticos e visuais dessa peça publicitária.
b) Justifique a relação entre o modo verbal do neologismo e os objetivos da mensagem.



resposta:a) Há uma fusão entre a palavra, o objeto que ela designa e o consumidor do produto, tornando-os indissociáveis.

b) A mensagem busca convencer o destinatário a consumir o produto; logo, o imperativo é o modo verbal mais persuasivo para esse objetivo.



(Unesp1995) Manuel Bandeira, no fragmento de "Evocação do Recife", e Haroldo de Campos, no comentário que aparece no encarte do CD e no fragmento de "Circuladô de Fulô", do mesmo disco, enfocam a espontaneidade da "língua do povo" e aspectos da inventividade presentes na arte popular. Releia ambos os textos e, a seguir:
a) Cite pelo menos um trecho de cada autor em que criticam e denunciam nosso preconceito e desapreço às formas populares de expressão.
b) Cite um trecho de Manuel Bandeira que focaliza o aspecto de oralidade na comunicação, tão característico da literatura popular.

resposta:a) "Vinha da boca do povo na língua errada do povo" (Manuel Bandeira)
"... os burocratas da sensibilidade, que querem impingir ao povo, caritativamente, uma arte oficial ..."
(Haroldo de Campos)

"Os campeão fica num canto / Tudo o povo dão risada"
(Oscar Martins e Vieira)

b) "Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil."



(Unesp1995) A letra de "Pé Cascudo" constitui-se de procedimentos versificatórios bastante uniformes e regulares, os quais a aproximam, em muitos casos, da chamada "literatura oficial": são estrofes em décimas (10 versos em cada estrofe), com rimas alternando versos brancos em versos pares rimados, e metrificação heptassílaba (7 sílabas métricas em cada verso), de acordo com os padrões da redondilha maior. Releia atentamente a letra dessa moda-de-viola e, a seguir:
a) Cite dois versos ou dois trechos em que o poeta fala de sua "inventividade" ou da condição de "artífice" do bom violeiro.
b) Cite um trecho de Haroldo de Campos que serviria como comentário concordante com as citações que você apresentou no item "a".

resposta:a) "Invento moda na linha
Nos campeão dano lambada."

b) "O povo é o inventa-línguas, na malícia da mestria, no matreiro da maravilha."







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